"Já choramos muito, muitos se perderam no caminho. Mesmo assim, não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer sol de primavera... Quando entrar setembro..." (Beto Guedes)

segunda-feira, 9 de março de 2015

Quando pedimos MAIS



Cláudio Oliver



Sei que pesa quase nada, e nem adianta falar, perco mais falando, do que me calando, mas ai vai:

Tentando observar o caminho que escolhemos como povo me atrevo a analisar. Criamos as condições para algo ao estilo do nazismo, quando, diante da crise (seja econômica, hídrica, energética, politica ou ética) pedimos mais adminstração, mais intervenção, mais mediadores, mais emprego, mais transporte, mais polícia e mais segurança. Quando a crise poderia ser o alerta para recuperar habilidades, cuidar de si mesmo, auto-construir, trabalhar por conta, andar a pé, desempregar-se, falar direto.
Criamos as condições para algo como o autoritarismo, quando, como crianças, colocamos os dedos no ouvido, as panelas (de teflon e da tramontina) para fora da janela para calar a boca do outro. E as criamos quando decidimos não encarar a realidade, pedir desculpas, reconhecer o erro, e reconhecer o desgoverno. Fechar os ouvidos de um lado, e mentir para escapar das consequências, são duas atitudes infantis, que se reproduzem e criam o meio de cultura da violência.
Criamos as condições para algo facista, ao escolher o culpado: o judeu de Hitler, o PT, o MST, o coxinha, o banqueiro, o dono da fábrica, o vizinho, o motorista do outro carro. Ao despersonalizar criamos as categorias de párias, amigos de párias e párias enrustidos, e daí a querer sua morte, um passo
Criamos as condições da loucura, quando as crenças que temos, que falam de paz, amor, solidariedade e compreensão se tornam insuficientes para frear os lábios e os atos. Já não interessa ser cristão, budista, judeu ou mulçumano, espiritualista ou humanista. Isso simplesmente não te impede de ofender, nem de falar com raiva e nojo, de enquadrar e matar no coração, criando assim as condições para desejar a morte física do outro.
Egoísmo, infantilidade, perda de habilidades (vc nem sabe cozinhar direito... imagine construir uma casa ou fazer sua roupa, ou mesmo plantar sua comida...), imaturidade, escolha de um inimigo... estamos criando as condições da barbárie... os saques, os linchamentos, a eleição de loucos facistas, a guinada ao autoritarismo... é só uma questão de tempo. 
Se deseja mesmo evitar... arrependa-se, pense em você falando, comentando, o ódio que sente e peça perdão.. a Deus, a você mesmo, aos seus filhos que te vêem o exemplo, ao seu vizinho, a quem vc ofende, e MUDE O MODO DE PENSAR. 
Fora isso... esperemos a barbárie.


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