"Já choramos muito, muitos se perderam no caminho. Mesmo assim, não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer sol de primavera... Quando entrar setembro..." (Beto Guedes)

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Nosso modo de vida torna a corrupção atraente e aceitável

Cláudio Oliver


É hora de começar a pensar... todo mundo falando de Petrobras, de salvar a petrobras, de defender a petrobras.... o que faz a petrobras (assim como suas irmãs pelo mundo)? Desenterra combustíveis fósseis, que foram fossilizados de modo a que uma quantidade absurda de Carbono, enxofre e demais elementos - que faziam de nossa atmosfera um ambiente não propício à vida humana e de milhões de espécies que conhecemos - fossem capturados e assim fosse possível a emergência do mundo como o conhecemos. 


Faz 200 anos começamos a usar combustíveis fósseis de modo absurdo, e faz 65 anos que seu uso sofreu um impulso inimaginável a ponto de colocar a vida do planeta em risco. 
PAssou da hora de ir mais fundo nessa história de corrupção e atacar nosso modo de vida, que torna a corrupção atraente e aceitável. A palavra é DESINVESTIR. E não, não estou sendo novo. A conclusão foi assumida em 1972 pelo Clube de Roma na obra clássica "Limites do crescimento", foi analisada economicamente por E.F. Schumacher em " O negócio é ser pequeno" e em "Um Guia para os perplexos", foi articulada nos diversos livros de Illich sobre o modo de vida, escolaridade, transporte, medicina e gênero. Foi tornada prática por John Seymour em seus manuais, e é claramente articulada por Nicholas Georgescu-Roegen em The Entropy Law and the Economic Process (1971).



O crescimento econômico - entendido como aumento constante do Produto Interno Bruto (PIB) - não é sustentável no ecossistema global. O pensamento econômico dominante, crê que a melhoria do nível de vida é decorrência do crescimento do PIB e portanto, o aumento do valor da produção deveria ser um objetivo permanente da sociedade. O que os escraviza e expõe a consequências como a tal corrupção e desmando. 
Como diz Serge LAtouche, o ponto é que os recursos naturais são limitados e portanto não existe crescimento infinito. 



DESEJA-LO NOS FAZ CHOCAR O OVO DA SERPENTE DOS MALES QUE NOS ASSOLAM. 



INdependente de ser de esquerda ou de direita, PT ou PSDB, de ricos ou pobres, de urbanos ou rurais, acabo percebendo que se deseja sempre o mesmo: crescer, consumir, investir, aumentar (uso de água, petróleo, madeira, minérios, terras). É hora (muito atrasada)de assumir o discurso do menos, do desinvestimento, do decrescimento. 
Só sobreviveremos em jardins, nunca em fazendas, fábricas e conglomerados. Fomos feitos para sermos seres de Jardim, dentro de limites e circunscritos pela consciência. Qualquer outra agenda, mais cedo ou mais tarde nos matará. E recomendo a leitura de todos os autores que citei... e se o fizer... prepare-se para a solidão.

(Postado no facebook em 31/01/2015)


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...