"Já choramos muito, muitos se perderam no caminho. Mesmo assim, não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer sol de primavera... Quando entrar setembro..." (Beto Guedes)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Resgatando Hera

No livro Empoderando as Mulheres. Psicologia Perinatal foi interessante tudo que li a respeito da Deusa Hera. Pude ver a história das mulheres ao longo dos séculos - aminha história. A educação que tive e que foi a repetição da que minha mãe e avó tiveram, o modelo social da mulher "boa", "paciente" e "dócil". Aquela que não pode se mostrar como realmente é, poderosa e segura de si, pois seria considerada arrogante e presunçosa. Fui preparada para acreditar que todo poder e capacidade está no outro: no pai, no marido, no chefe... Acreditar que deve-se priorizar sempre o tempo, o espaço e a escolha do outro. Meu pai veio de uma família de militares e minha mãe sempre foi submissa ao masculino, ao superior, a qualquer pessoa de mais idade, sempre considerada com experiência superior a dela. Este sistema social e educativo já vem de gerações em gerações e, aqui chegados, em meio a um mundo novo e diferente, creio ficou mais acentuado. Mas pude perceber e constatar que sua dinâmica de personalidade não era a de uma pessoa submissa. À medida que crescíamos, meu irmão e eu, ela começou a tomar suas próprias decisões, e ter atitudes que muitas vezes surpreendiam as pessoas ao seu redor.

Chamou-me a atenção quando, no texto, li: "O poder de Hera vem da autorização interior enraizada nas entranhas, é uma certeza do próprio direito, e é imperturbável... a verdadeira Hera não reinvidica, não grita... ela impõe respeito pela própria presença que transpira autoridade interior serena e firmemente".

Creio que ao longo dos anos, através de ajuda profissional, estudos reflexões, meditações e contato com pessoas com quem pude trocar boas experiências, pude efetivar mudanças de padrões e crenças e, hoje, consigo ser honesta e respeitosa comigo mesma. Consigo falar do que sinto, das minhas sensações no corpo e no coração, com clareza e sensatez, sem medo das consequências pois o que nos faz mal é o desrespeito conosco.

Aluna do Curso Psicologia Perinatal, abril 2012




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